domingo, 10 de outubro de 2010

insight

Insight pode ser definido como a compreensão repentina de alguma coisa. Quanto maior for nossa capacidade de encarar problemas de um ângulo diferente do habitual mais será possível se beneficiar dessa habilidade.



“Sr. Einstein, como foi que fez isso?”, perguntou Max Wertheimer ao inventor da teoria da relatividade em 1916. O psicólogo gestaltista queria descobrir como pensava alguém cujos lampejos geniais haviam revolucionado a mecânica clássica. Einstein sabia mais que os outros? Pensava de forma mais lógica? Ou tudo não tinha passado de um simples acaso?

O físico contou ao psicólogo que, quando refletia sobre espaço, tempo e velocidade, costumava imaginar-se cavalgando um raio de luz ou correndo a seu lado, para então se perguntar se a luz pararia caso corrêssemos ao lado dela na velocidade da luz.

Um tanto estranho, talvez_ mas possivelmente o verdadeiro segredo do sucesso de Einstein. Nascido na cidade alemã de Ulm, o físico matutou durante anos sem chegar a conclusão alguma. Sua intuição lhe dizia que havia algo errado no modo como a física concebia o mundo. Mas o que era? Então, de repente, deparou com uma espécie de experimento mental: se dois raios atingem uma linha férrea ao mesmo tempo, mas a certa distância um do outro_ perguntou-se_ percebemos esses dois eventos como simultâneos?

A resposta é positiva se nossa localização for a uma mesma distância dos dois pontos atingidos. Mas, caso seja num trem em movimento, viajando entre os dois raios, veremos um deles um átimo de segundo antes do outro, mesmo estando exatamente no meio dos dois pontos fulminados.

A observação, portanto, não depende apenas de nossa posição no espaço, mas também de estarmos ou não em movimento. Portanto, só podemos falar em “simultaneidade” levando em conta nosso movimento em relação ao evento observado. O conceito de simultaneidade perde, assim, seu sentido absoluto. Foi graças a esse lampejo que Einstein revolucionou nossas concepções de tempo e espaço, elaborando a teoria da relatividade.

E, de quebra, estimulou a pesquisa da psicologia gestáltica acerca do insight_ ou seja, daquela percepção súbita que precede tantas descobertas científicas. Wertheimer sabia que o insight de Einstein estava, sem dúvida, vinculado a seu conhecimento da física e à faculdade do pensamento lógico. Decisiva, porém, havia sido a capacidade de contemplar problemas físicos de modo diverso do habitual, libertando-se de pressupostos tidos até então como irrefutáveis.

Na primeira metade do século XX, Max Wertheimer, Wolfgang Köhler, Karl Duncker e Kurt Koffka (todos psicólogos da Gestalt) aplicaram o conceito de reestruturação de problemas não apenas ao estudo das idéias geniais e das invenções revolucionárias. Na verdade, estavam convencidos de que se tratava de um processo fundamental do pensamento, capaz de levar todo e qualquer ser humano a percepções súbitas e originais. Insights rearranjam de forma correta e fulminante as peças do quebra-cabeça, de modo a ensejar uma “boa configuração”_ ou gestalt. E eis ao o conceito que deu o nome a toda uma escola de psicologia.

Contudo, apenas na década de 80, quando estudiosos fascinavam-se com os processos cognitivos, a psicologia cognitiva retomou o estudo do insight.

Todos sabemos, por experiência própria que, às vezes, a solução de um problema nos vem à mente de forma absolutamente repentina. De súbito, o nó se desfaz, cai a ficha, surge uma luz e a solução parece tão óbvia que nos espantamos de não ter chegado a ela antes.

Observem o problema já empregado por Wertheimer. Ele nos apresenta um paralelogramo sobreposto a um quadrado. As medidas dos lados a e b são dadas. O problema consiste em obter a soma das duas áreas. Primeiro, tente resolvê-lo sozinho_ pode ser sua chance de experimentar um súbito lampejo.

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