A Terapia Cognitiva é uma das abordagens de psicoterapia que tem demonstrado grande êxito pelos resultados obtidos no tratamento dos mais variados transtornos e patologias clinicas. Tem como alicerce básico a compreensão dos processos cognitivos e sua rede de significados que são estabelecidos através da percepção, seleção e significação das informações provenientes do meio externo.
Assim, cada indivíduo "percebe" e "interpreta" a vida de um jeito único e idiossincrático. Metaforicamente, podemos imaginar, que cada pessoa no decorrer de sua história adquire uma lente através da qual passa a enxegar o mundo e esta visão é pautada nas crenças (p. ex.: como eu sou, como vejo o mundo, como me sinto e etc), juízos de valor (p. ex.: isto é certo, errado, imoral, moral e etc) valores estes que a pessoa construiu através de suas experiências com o passar de sua vida.
Sob esta condição é que as concepções cognitivistas mostraram toda a sua força e maestria ao exibirem as mais diversificadas ferramentas de ajuste cognitivo como os ‘registros de pensamentos disfuncionais’ (J. Beck, 1997), as técnicas de ‘reestruturação cognitiva’ (Beck & Freeman, 1993), o processo de ‘identificação da crenças irracionais’ (Ellis, 1988) e toda uma variedade de denominações peculiares que sustentaram (e ainda sustentam) a prática da correção ou de substituição dos padrões disfuncionais por padrões mais funcionais do pensamento.
Neste sentido, mais do que se presumir, aceitou-se que o ‘conhecimento’ é uma representação direta do mundo exterior, cabendo ao terapeuta auxiliar o paciente no ajuste ou no aperfeiçoamento de padrões mais verdadeiros e concordantes com a realidade socialmente estabelecida; assim, o terapeuta, nesta postura, ‘sabe’ aquilo que é melhor para seu cliente. Ao pensamento foi atribuído um caráter determinante e, à sua disfunção, toda uma variedade de psicopatologias. Às emoções intensas, aquelas intrusas indesejadas de nosso bem-estar, restou-lhes apenas o controle. Quando então não se obtinha o princípio da correspondência com o mundo exterior, as emoções disfuncionais eram a indicação desta falta de compatibilidade entre a realidade interna e a externa.
Portanto, dentro das concepções cognitivas mais tradicionais (ou cognitivas-objetivistas), a destreza e o manuseio pelo cliente das boas formas de entender a realidade fez com que, em certo sentido, o organismo fosse entendido como passivo às interferências do meio, devendo então se curvar e, frente aos eventuais erros do pensamento, exibir uma rota mais ‘adequada’. Assim, torna-se inevitável que o ‘erro do pensar’ tenha se tornado a fruta em decomposição na fruteira, devendo ser corrigido.
O objetivo da Terapia Cognitiva não é o de interpretar ou de tentar criar uma teoria de leis gerais sobre o funcionamento da psique humana, mas sim, o de levantar hipóteses gerais acerca de como cada indivíduo construiu a sua realidade e analisar assim os padrões de pensamento gerados por estas crenças, que, sendo inadequadas ou disfuncionais, podem vir a criar conflitos e sofrimento para a pessoa. Através das técnicas cognitivas propõe-se, então, a mudança dessas crenças e, consequentemente, o alivio do sofrimento emocional.
Até a última contagem existiam mais de 25 tipos distintos de psicoterapia cognitiva no mundo.
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O que é Coaching Cognitivo
Segundo o construtivismo, os significados não são originários somente das crenças ou dos juízos de valor, mas muitas vezes sua origem são as experiências e representações corporificadas destas experiências, ou seja, os significados que criados, freqüentemente, partem das estruturas corpóreo-emocionais da experiência e não dos processos puramente racionais.
Isto faz com que estejamos imersos em características criativas e não somente representativas da realidade externa. Mais do que reproduzir internamente os significados do mundo externo, construímos muito mais sentidos do que aqueles já articulados "lá fora", ou seja, nossa cognição, basicamente pró-ativa, vai além do que a ela é apresentado.
Portanto, o mundo interno que habitamos é visto como derivado fundamentalmente de uma construção pessoal ímpar, sentida e não unicamente pensada.
A psicoterapia construtivista, assim, procura entender e ampliar os padrões de significados emocionais e não, a priori, desconfiar que os mesmos sejam os vilões equivocados do sofrimento emocional.
A experiência individual é resultante de um processo evolutivo, onde a realidade em que vivemos é (re)interpretada por nós através de nossa estrutura cognitiva (e emocional) e os significados finais são o produto de atribuições pessoais de caráter múltiplo.
O mundo que se ergue e habitamos não é um mundo onde os significados são estabelecidos de maneira pública e abstraídos através da razão, mas um mundo único, com um sentido próprio para aquele que o estrutura. O organismo não é, então, passivo às interferências do meio e sim ativo, indo além daquilo que lhe é dado.
Diferentemente das visões tradicionais da Terapia Cognitiva (objetivista) nas quais os erros de pensamento nos levavam às emoções disfuncionais; nas concepções construtivistas, as emoções são as estruturas determinantes da formação de significado, ou seja, existe uma primazia abstrata sobre a forma de se criar e perceber a realidade.
O que foi construído como verdadeiro pelo indivíduo converte-se em um elemento soberano e determinante aos nossos sentidos, mesmo que aos olhos do terapeuta possam ser irracionais ou desprovidos de lógica.
A partir da construção interna é que os clientes atribuem os significados às coisas que os circundam. Somos prisioneiros capturados na rede de nossas teorias e expectativas.
domingo, 21 de março de 2010
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