domingo, 21 de março de 2010

TERAPIA RACIONAL-EMOTIVO-COMPORTAMENTAL: UM ESTUDO DECASO COM QUATRO RECLUSOS DA CASA DE DETENÇÃO “PROFESSORFLAMÍNIO FÁVERO” - COMPLEXO DO CARANDIRU EM SÃO PAULO*

Thomaz Décio Abdalla Siqueira1Este trabalho apresenta estudo de caso realizado, no ano de 1996, com quatro reclusos da Casa deDetenção “Professor Flamínio Fávero”, do Complexo Penitenciário do Carandiru, em São Paulo. O autorrelata, no primeiro capítulo, sua experiência anterior no presídio feminino do Complexo do Carandiru, em1982, quando estagiou fazendo acompanhamento no Serviço de Psicologia. Nessa época, começou aperceber a situação irracional vivida pelas detentas.

A seguir, relata suas práticas profissionais, a partir de1985, em que começou a trabalhar com a Terapia Racional-Emotivo-Comportamental. Essas experiências levaram o autor a elaborar sua tese de doutorado, em 1996, objetivando aferir as possibilidades dereorganização de crenças e comportamentos dos quatro reclusos que se submeteram a essa terapia.

No segundo capítulo, o autor apresenta as premissas e fundamentos da Terapia Racional-Emotivo-Comportamental, criada por Albert Ellis, o qual enfatiza que os pensamentos e as crenças dos indivíduosdeterminam, em grande parte, os seus comportamentos.

Ellis acredita que as crenças e os comportamentosindividuais podem ser estudados e analisados objetivamente e o papel do terapeuta é possibilitar que ocliente perceba que as crenças o levam a ter esse ou aquele comportamento, e a partir disso, reorganizarsuas crenças para fazer escolhas ou opções que o levem a viver feliz. Essas escolhas ou opções que oindivíduo fará resultam de aprendizagem, ou seja, Ellis elabora um modelo de aprendizagem para otratamento de distúrbios emocionais e desvios de comportamento. Esse modelo de aprendizagem chama-se ABC da Terapia Racional Emotivo-Comportamental, o qual pressupões que os eventos ativadores –“A” – constituem pessoas e coisas com as quais os indivíduos se deparam; que os pensamentos, cogniçõesou idéias – “B” – constituem as noções e crenças que os indivíduos têm de “A”; e que os comportamentose sentimentos – “C” – constituem as reações provocadas por “B”.

Esse modelo de aprendizagem secompleta com o debate das crenças (D) e pela percepção de mudanças das crenças irracionais por parte docliente (E). Para Albert Ellis, o próprio cliente é responsável pela sua mudança comportamental.

No terceiro capítulo, o autor explicita o objetivo geral dos estudos realizados, que consistiu em possibilitaraos quatro reclusos elaborarem pensamentos e crenças compatíveis com a realidade social, permitindo-lhes adotarem comportamentos compatíveis com essa realidade. No capítulo seguinte, o autor relata assessões terapêuticas realizadas com os quatro reclusos, registrando seus depoimentos e pensamentos. Naconclusão, o autor apresenta as suas avaliações, analisando as crenças e os comportamentos exibidospelos reclusos durante as sessões terapêuticas e durante os encontros ocorridos depois que os quatroreclusos receberam o indulto especial e condicional por Decreto Presidencial n.° 1860/96 e finalmentedeixaram a Casa de Detenção “Professor Flamínio Fávero”.Palavras-Chave: Reclusos, Terapia Cognitiva Comportamental, Crenças Irracionais

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